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1.1. A Igreja da vida real
Deus criou a humanidade por amor e para o amor. Mas, quando a humanidade pecou, Deus predestinou-nos para um plano de salvação por meio de seu Filho, Jesus Cristo (cf. Rm 8, 29). Foi Ele, Jesus Cristo, que realizou a obra da reconciliação entre Deus e a humanidade, por meio de sua paixão, morte e ressurreição. Jesus Cristo, ''que é a imagem de Deus invisível, primogênito de toda a criação'' (Cl 1,15), fez brotar de seu coração ferido pela lança no alto da cruz os dons da salvação. Assim, tendo firmado a reconciliação, Deus chamou os homens e mulheres a serem membros de sua Igreja, que é o Corpo de Cristo.
Por isso, o próprio mistério da Igreja manifesta-se na sua fundação. Jesus deu início a Igreja pregando a boa nova (o Evangelho) do Reino de Deus, que se manifesta nas obras e na presença de Jesus Cristo. E foi quando no Pentecostes, Jesus enviou o Espírito Santo sobre seus apóstolos, que a Igreja foi enriquecida com os dons do seu fundador e recebeu a missão de anunciar e instaurar o Reino de Deus entre todos os povos. A Igreja já é o germe e o princípio deste Reino na terra, mas este é pleno na eternidade. Foi o próprio Jesus que enviou os apóstolos: ''Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura'' (Mc 16,15). Portanto, a Igreja recebe do próprio Cristo a missão de manter vivo nesta terra o Reino dos Céus, a fim de que todos tenham o contato com suas promessas e obtenham o perdão dos pecados e encontrem reconciliação com o Pai, pois a Igreja é “ ‘o projeto visível do amor de Deus pela humanidade’ que quer que o ‘gênero humano inteiro constitua o único povo de Deus, se congregue no único Corpo de Cristo, seja construído no único templo do Espírito Santo’ ” (CIC 776).
Fundamentada na Escritura e na Tradição, a Igreja reconhece que a a Igreja, peregrina sobre a terra, é necessária para a salvação. E, "são plenamente incorporados à sociedade que é a Igreja aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam toda a sua organização e os meios de salvação nela instituídos, e que, pelos laços da profissão da fé, dós sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão, se unem, na sua estrutura visível, com Cristo, que a governa por meio do Sumo Pontífice e dos Bispos." (Papa Paulo VI, Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 15). Mas, ainda, estão de certo modo unidos a Igreja todos os cristãos que não professam integralmente a fé e não guardam a unidade com o sucessor de Pedro, bem como estão orientados para a Igreja todos os homens e mulheres de boa Vontade, que procurem a Deus de coração sincero, mas, que ainda estão desorientados.
A Igreja pode ser explicada de diversos modos, com várias figuras, como fazia Jesus com as parábolas: a Igreja é o redil e o rebanho das ovelhas; é o Campo de Deus; a construção de Deus, construída sobre o alicerce dos apóstolos e tendo Cristo como Pedra angular; o templo de Deus; a Jerusalém do alto, nossa mãe. Além disso, duas definições merecem especial destaque: a Igreja é o Corpo místico de Cristo e é o povo de Deus.
1.1.1. Igreja: Corpo místico de Cristo
Como "todos nós fomos batizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo" (1 Cor 12, 13), todos batizados são inseridos no mesmo Corpo místico de Cristo, isto é, na Igreja. E neste Corpo, como no corpo humano, há muitos membros. A cabeça deste Corpo é Cristo. Todos os membros do Corpo do Senhor devem ir se conformando a Ele, isto é, ir se assemelhando a Ele, enquanto na terra seguem seus passos. E é o próprio Cristo, cabeça do Corpo, que preside sua Igreja e a concede seus dons.
1.1.2. Igreja: Povo de Deus
Outra categoria indispensável é a de Povo de Deus. A Igreja, como o Povo de Deus, é constituída por todos os batizados, sejam eles leigos, clérigos ou religiosos. Não é uma hierarquia de poder, mas uma comunhão de discípulos, cada um com dons e chamados específicos, mas unidos em uma única fé, esperança e caridade. A diversidade de dons e vocações enriquece a Igreja e a capacita para cumprir sua missão no mundo.
A noção de ser o Povo de Deus implica que todos os membros da Igreja têm uma responsabilidade ativa na vida e missão da comunidade. Isso inclui a participação na liturgia, na evangelização, no serviço aos necessitados e na promoção da justiça e da paz. Cada fiel, de acordo com sua vocação e estado de vida, é chamado a testemunhar o Evangelho e viver os ensinamentos de Cristo no mundo. Ao invés de uma Igreja distante e hierarquicamente separada dos fiéis, essa visão enfatiza a proximidade e a participação de todos na missão de anunciar o Reino de Deus e construir uma sociedade baseada nos valores do Evangelho. Isto permite falarmos de uma Igreja sinodal, onde todos caminham juntos, participam da vida da Igreja, tem comunhão entre si e possuem a mesma missão, que é a missão de Jesus.
1.1.3. Igreja: Católica, Apostólica, Romana
Guarde bem: A Igreja de Cristo, iniciada com a pregação do Evangelho por Jesus, nascida no alto da Cruz, inspirada pelo Ressuscitado e fortificada pelo Espírito Santo, subsiste na Igreja Católica Apostólica Romana. De fato, lemos em Mt 16, 13-19:
Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: ‘Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas.’ Então Jesus lhes perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’ Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.’ Respondendo, Jesus lhe disse: ‘Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus.’
Neste texto bíblico que acabamos de ler, Jesus confere a São Pedro um papel de liderança na Igreja, simbolizado pelo nome que lhe foi dado (Pedro significa "pedra"), e promete que a Igreja seria construída sobre essa "pedra" (Pedro) e que suas portas não prevaleceriam contra ela. A Igreja, portanto, está enraizada na pessoa de Jesus Cristo e na confissão de fé de São Pedro que reconhece Jesus como o Filho de Deus.
Desde então, São Pedro emergiu como um líder entre os apóstolos e foi o principal pregador do Evangelho em Jerusalém. O dia de Pentecostes marcou um momento crucial em sua vida, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, e Pedro proclamou corajosamente a mensagem cristã, levando a milhares de conversões. Ele enfrentou perseguições e desafios, mas continuou a liderar a Igreja primitiva. Posteriormente, Pedro seguiu uma jornada missionária e se tornou uma figura central em diferentes comunidades cristãs. No entanto, sua vida terminou em martírio em Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, por se recusar a renegar sua fé em Jesus Cristo. Por isso, Pedro foi, de fato, o primeiro Bispo de Roma, ou seja, o primeiro papa da Igreja.
Depois de São Pedro, o 1º papa, vieram outros bispos de Roma: Lino, Cleto, Clemente, Evaristo..., até chegar em Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco, que o 266º papa da Igreja. Durante sua história, a Igreja Católica foi liderada por homens muito santos, e outros, infelizmente, muito pecadores. A Igreja do Habbo Hotel, mesmo tendo um papa próprio, não nega, pelo contrário, aceita e submete-se com filial reverência, ao papa da Igreja da realidade que é o único e legítimo sucessor de São Pedro.
Porém, a Igreja no Habbo considera que "a Cátedra do Sumo Pontífice no Habbo Hotel é a Cátedra do Apóstolo Pedro por representação, mesmo que não por essência. Do mesmo modo, o Romano Pontífice no Habbo Hotel é tido representativamente como sucessor de Pedro, embora não o seja na essência." (Clemente II, Carta Encíclica Petrus Anni, n. 26). Ou seja, o papa do Habbo representa o sucessor de Pedro e é, legitimamente, o único sucessor de Gregório XVII, o primeiro papa do Habbo, como conheceremos mais adiante.
1.1.4. Brevíssima história da Igreja da realidade
A Igreja fundada por Jesus começou a se espalhar com a pregação dos Apóstolos após o dia de Pentecostes. Inicialmente, seus membros chamavam-se simplesmente de cristãos. Os judeus perseguiam os cristãos, mas o Império Romano tratava os cristãos como uma seita do judaísmo. Dentre os próprios cristãos, na verdade, havia uma discordância sobre se era necessário ser judeu para ser cristão ou se qualquer pessoa poderia aderir ao cristianismo. Esta controvérsia (sobre a circuncisão) deu origem ao primeiro concílio da Igreja, o Concílio de Jerusalém, ainda na era apostólica e relatada nas Sagradas Escrituras (cf. At 15).
Depois da morte dos Apóstolos, eles foram sucedidos por outros homens que continuaram sua missão: os bispos, que foram crescendo em número conforme cresciam também as comunidades cristãs. A primeira vez que a Igreja Cristã foi chamada de Igreja Católica foi com Santo Inácio de Antiquia em uma carta a comunidade de Esmirna, por volta do ano 100 d.C. Neste tempo, ainda, os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos. Esta perseguição durou até 313 quando Constantino I deu liberdade de culto aos cristãos e Teodósio I tornou o cristianismo como religião oficial do Império Romano. Tertuliano afirmou: "O sangue dos mártires (dos que morreram pela fé) é semente de novos cristãos.". O período antigo foi muito rico para a Igreja e também é chamado de período patrístico. Durante este período, a teologia cristã foi sistematizada e importantes escritos foram deixados deste período, onde ocorreram diversos Concílios, dos quais destacam-se Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
Durante a Idade Média, a Igreja organizou-se como "sociedade perfeita", buscando ser modelo para toda a sociedade. Foi neste período que o poder da Igreja misturou-se com a autoridade civil. A teologia cristã desenvolveu-se com sumas e outros grandes escritos, esquematizados a partir da filosofia. Neste contexto, a partir da Igreja, surgiram as escolas e meios de estudo que se tornariam centros de conhecimento e educação durante a Idade Média. Os mosteiros, por exemplo, desempenharam um papel crucial na preservação e transmissão do conhecimento da Antiguidade Clássica e no desenvolvimento de novas ideias teológicas e filosóficas.
O Cisma de 1054 marcou uma ruptura significativa entre as igrejas do Oriente e do Ocidente, resultando na separação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa. As principais questões que levaram a essa divisão incluíram disputas sobre autoridade papal. Em seguida, a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero no século XVI, provocou outra grande cisão na Igreja. A contestação de doutrinas e práticas, como a venda de indulgências, resultou em reformas dentro da Igreja Católica e no surgimento de várias denominações protestantes. Para responder a esses desafios, a Igreja convocou o Concílio de Trento (1545-1563). Esse concílio teve como objetivo reformar a Igreja Católica, reafirmar doutrinas tradicionais, fechar o assunto do cânon bíblico, estabelecer os sete sacramentos, corrigir abusos e estabelecer normas para a formação do clero. O Concílio de Trento desempenhou um papel fundamental na reforma católica.
Do Concílio de Trento ao Vaticano II, a Igreja Católica experimentou uma evolução teológica notável, adaptando-se às mudanças do mundo moderno. Inicialmente, após o Concílio de Trento, a Igreja adotou uma postura mais defensiva para preservar suas tradições diante dos desafios apresentados pela Reforma Protestante e das mudanças sociais. Contudo, no século XX, o Concílio Vaticano II (1962-1965) marcou um ponto de virada ao enfatizar uma abertura ao mundo contemporâneo. Sob a liderança do Papa João XXIII e do seu sucessor, Papa Paulo VI, a Igreja buscou um diálogo mais amplo e profundo com outras religiões, reconhecendo valores e verdades presentes em diversas culturas. O uso de línguas vernáculas na liturgia aproximou a fé dos fiéis e destacou a relevância do Evangelho na vida cotidiana. A Igreja passou a reconhecer a importância das questões sociais, como a justiça, a paz e a promoção dos direitos humanos, reforçando a responsabilidade cristã de contribuir para o bem-estar da humanidade. Essa evolução teológica não foi isenta de controvérsias e desafios, pois alguns setores conservadores resistiram à mudança. No entanto, a busca por uma Igreja mais inclusiva, aberta e engajada com as necessidades do mundo moderno permanece como um compromisso essencial para a vivência da fé católica no contexto atual.
1.2. A Igreja no Habbo Hotel
Em 22 de julho de 2006 os adolescentes Vinícius Soares, Carlos Cardozo e Victor Severino, com ardor missionário, com conhecimento prático da Doutrina da Igreja e de sua liurgia, quiseram levar o conhecimento da Igreja Católica da realidade ao jogo recém-chegado no Brasil e fundaram a Igreja Católica no Habbo Hotel. A estes se juntaram outros jovens e em 30 de julho do mesmo ano, Vinícius Soares foi eleito como Papa Gregório XVII. Sobre esta história, o próprio Gregório XVII afirmou:
''Em meados do ano de 2006, a inspiração divina nos levou, um grupo de adolescentes, amantes de Cristo, do Evangelho e da Igreja a darmos início aos primeiros passos na obra da evangelização deste lugar, dispondo de poucos recursos digitais, visto que o Habbo Hotel tinha acabado de começar. Decidimos, com coragem, abrir as portas deste lugar para Cristo e anunciar, sem medo, a doce e reconfortante Alegria do Evangelho num mundo cada vez mais fechado ao Senhor Jesus. A missão da Igreja aqui e em todo lugar deve ser a de anunciar, sem medo, que Cristo vive e nos quer vivos, como suas testemunhas. O maior e melhor exemplo que a Igreja pode dar, muito mais do que por palavras, é pelo seu testemunho e pela sua atitude''.
O Concílio de Jerusalém do Habbo, ocorrido no segundo semestre de 2020, foi decisivo e importante na formulação da ideia em que a Igreja do Habbo Hotel construiu quanto à sua função no orbe virtual. Por isso, o mais importante documento, a Constituição Conciliar Predicate Evangelium, diz:
“A priori, a Igreja no Habbo não tem o poder salvífico de Nosso Senhor Jesus Cristo, no entanto, é chamada a espelhar-se na glória da Igreja da realidade, para que possa arrebanhar ''as almas para Deus, como um pequeno reflexo da glória da Igreja na realidade''. À vista disso, somos uma comunidade de fé e vivência do carisma Santo e Invicto da Santa Madre Igreja, com o intuito de evangelizar e difundir à santidade a partir da prática da escuta e pregação da Palavra.”
A Igreja Católica no Habbo deve, então, se assemelhar na doutrina, na liturgia, nos ensinamentos e em toda a rica tradição a Igreja Católica, para que possamos dar nosso testemunho verdadeiro do anúncio da boa-nova que o Senhor entregou como missão aos seus apóstolos e discípulos. De fato, a Igreja no Habbo não evangeliza apenas pelo anúncio, mas, também, por meio da prática como Igreja, da dissimulação dos sacramentos, sendo reflexo da Igreja da realidade, como afirma a mesma Constituição Predicate Evangelium:
Sendo assim, a organização eclesial da Santa Igreja presente no Habbo demonstra sua principal missão: levar à glória da Igreja aos que se encontram neste parâmetro virtual, para que se sintam chamados, de fato, a cerne d'Ela, e, deste modo, possam encontrar-se com suas vocações – de modo especial os chamados ao presbiterado - e ter seu encontro com Deus, que usa-nos de diversas maneiras para conseguir almas para Ele. [...] De fato, a Igreja se renova celebrando as liturgias e dá, por elas, o testemunho de ser Igreja. Por isso, esse apostolado por nós realizado deve se organizar como Igreja, para que todos conheçam a glória da Igreja Católica e o apostolado se organize bem e se mantenha fortalecido por esse modo de ser.
1.2.1 As celebrações da Igreja no Habbo
A Igreja no Habbo reúne-se sobretudo para a celebraçao da missa. Nesta, por meio do encontro dos irmãos e da leitura da Palavra de Deus, pelos sinais que representam a comunhão, a Igreja celebra a memória de Jesus Cristo, de sua paixão e ressurreição, mas não atualiza estes mistérios. A Constituição Conciliar Salus Animarum do Concílio Vaticano VII afirmou que: “na ação de qualquer ato litúrgico no habbo não há sacrifício, nem de Cristo e nem pessoal. As ações são um ato de louvor a Deus, de evangelização e de aproximação dos fiéis a Liturgia Católica”. A missa no Habbo e todas as outras celebrações, que são dissimulações (ou seja, buscam mostrar que são ritos falsos), são um ato de amor e louvor a Deus, ao mesmo tempo que querem levar a todos os homens a procurarem a sua santificação.
Destaque-se que a leitura e pregação da Palavra de Deus tem um lugar importante dentro das celebrações no Habbo. Por isso, diáconos, padres e toda a hierarquia da Igreja não pode nunca pular ou diminuir a leitura das Sagradas Escrituras, e devem se esforçar por elaborar boas e profundas reflexões sobre a mesma. As celebrações criam identidade entre os católicos da realidade e a Igreja no Habbo e aos que não conhecem os ritos litúrgicos, trazem o sentimento de descoberta e vão aproximando àqueles que frequentam o Habbo e a própria Igreja da realidade. O objetivo é justamente este: que passem da comunidade virtual para a comunidade real.
Por isto, a Sagrada Escritura, a Liturgia e a Igreja não podem ser banalizados. Não estamos brincando com Deus, por isso, queremos levar a sério o que fazemos.
1.2.2. A missão da Igreja no Habbo
A missão da Igreja no Habbo é ser sinal da presença de Deus no meio virtual. No Compêndio da Doutrina Social da Igreja do Habbo (DSIH) vê-se que a Igreja, enquanto instituição virtual, é influída pela ação do Espírito Santo, pois Ele age por meio das pessoas reais que conduzem o avatar em meio ao Habbo Hotel. Por isso a questão deixa de lado a figuração de mero jogo e passa a tratar-se de uma Missão, de um Chamado (DSIH, 12).
Sendo assim, cada fiel e cada consagrado é chamado a sair de si e semear o Evangelho até os confins do mundo pixelado. Missão é saída de si e encontro com o outro. A proposta missionária da Igreja é simples e prática:
A expectativa desta Nova Era é que o clero, já bem formado e enraizado, proporcione a mesma solidez ao povo. Basta criar amizades, acolher e tratar bem. É preciso dar o primeiro passo: se interessar pelos fiéis. Quando um leigo adentra em uma igreja o saúde e pergunte se ele está bem e ofereça conforto espiritual. O pastor é esse que mostra a salvação e é tido como modelo de vida por todo o seu povo. Não é Pastor aquele que maltrata suas ovelhas, independente se estas são clérigos ou leigos. É pastor aquele que demonstra amor, pois o amor arrasta multidões de corações sinceros. Aqui surge um apelo ao primeiro contato para com os leigos, um apelo à promoção de eventos e atividades das quais se cative fiéis (CDSIH, 29).
Felizmente não é possível conceber uma imagem de um clérigo ou de um religioso que seja presa em si mesma, é necessário ir além: ser padre é se doar, é consumir a própria vida ofertando-a a Deus à serviço do próximo. É estar atento à sua comunidade de fiéis. É de suma importância que desde seminarista, o clérigo esteja inserido na vida dos fiéis de determinada paróquia, assim ele conhecerá na prática o manejo sadio para com o rebanho do Senhor, porém a dificuldade aqui consiste em: quando se é padre e não se tem o hábito de relacionar-se com a comunidade de fiéis, pior, nem se tem a tal comunidade de paroquianos. O desafio que a Igreja entrega nas mãos de cada consagrado é somente este: ide e evangelizai! (Mc 16,15).
Para efetuarmos essa missão enquanto clero, devemos nos atentar no cuidado pastoral, é ter plena consciência que além das hierarquias ou ornamentos litúrgicos (que são extremamente importantes), devemos mostrar o caminho da salvação ao povo que nos dirigimos, aos irmãos e a nós mesmos. Compromissar-se com esse projeto de eternidade, é ser sinal de luz ao mundo.
Muitas vezes nos vemos em uma realidade distante dos irmãos dispersos pelo hotel, há espaços hostis, muitos que ainda não conhecem o Senhor, assim como na realidade, cabe a nós ter compaixão de tais e de forma peregrina ir a seu socorro, mostrar que em meio a tantas futilidades há algo mais importante, há Deus! Mesmo em nossos problemas e limitações, queremos levar nossa experiência de amor com a Mãe Igreja a todos os lugares como católicos fiéis. Podemos aqui concretizar o louvável trabalho de estimular a conversão, instalar o chamado de procurar-se a Deus também na própria vida, como nos coloca o Papa João II: “[...] a igreja católica no habbo hotel deve ser fiel transmissora da fé católica, arrebanhando as almas para Deus, como um pequeno reflexo da glória da Igreja na realidade” (Constituição Conciliar Salus Animarum, 2019).
Dado tudo isso, ao nos tornarmos voluntários desta nobre causa evangelizadora, cabe a resiliência para com o irmão, oferecendo o cuidado necessário, tornando evidente o porquê a Igreja é Mãe. O sacerdócio deve fazer isso se tornar factível, sendo uma experiência santificadora para o próprio, mas acima de tudo aos que o procuram, permitindo o profundo contato com a palavra e a eucaristia, nesse sentido, o padroeiro dos presbíteros, São João Maria Vianney, já nos coloca perfeitamente: “O sacerdote não é sacerdote para ele mesmo. Não dá a absolvição a si próprio, não administra a si próprio os sacramentos. O sacerdócio não é para si, mas para vós.” Pautando nosso discipulado dessa forma, podemos fazer do clero um local não de soberba, mas de doação, de preocupação e cuja glória se encontra no anúncio proferido por seus membros.
Pode-se pensar que a missão da Igreja do Habbo já foi efetivada, pois têm-se em mente a grande quantidade de vocacionados da vida real que saíram do seio habbiano. São muitos, porém podem ser mais. Com uma Igreja de pastores que realmente vivem seu múnus as vocações florescem muito, pois há maior participação, há mais pessoas que conhecem, que estudam e que buscam viver a fé. Isso é questão de mera lógica. E nem tudo é por novas vocações, a Igreja também precisa se preocupar com a conversão de todos que estão no Habbo, para que todos conheçam a Jesus Cristo, ao seu Reino e ao seu projeto de amor. Mesmo que não consigamos falar com todos, que ao nos verem, lembrem-se de Deus.
A expectativa desta Nova Era é que o clero, já bem formado e enraizado, proporcione a mesma solidez ao povo. Basta criar amizades, acolher e tratar bem. É preciso dar o primeiro passo: se interessar pelos fiéis. Quando um leigo adentra em uma igreja o saúde e pergunte se ele está bem e ofereça conforto espiritual. O pastor é esse que mostra a salvação e é tido como modelo de vida por todo o seu povo. Não é Pastor aquele que maltrata suas ovelhas, independente se estas são clérigos ou leigos. É pastor aquele que demonstra amor, pois o amor arrasta multidões de corações sinceros. Aqui surge um apelo ao primeiro contato para com os leigos, um apelo à promoção de eventos e atividades das quais se cative fiéis.
Faça a diferença! Seja Igreja!