2.1 A divisão hierarquica da Igreja
Quando pensamos na organização de uma empresa ou de um governo, logo pensamos em uma hierarquia. Há muito tempo as coisas funcionam assim entre os seres humanos. Também as coisas celestes são hierarquicamente organizadas, como há uma organização entre os anjos e santos, também a Igreja é organizada numa hierárquia. Mas, diferente das hierarquias humanas, a hierarquia da Igreja está em outra perspectiva: a do serviço. De fato, Jesus disse:
“Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. (Mt 20, 25-28)
Por isso, dentro da Igreja, estamos todos à serviço. À serviço, em primeiro lugar, de Deus e do seu Reino e à serviço dos irmãos e irmãs. Isso não remove a obediência que devemos ter pelos superiores, mas, implica no respeito dos superiores pelos seus subordinados e no serviço mútuo a ser exercido pelos dois. Todos podemos colaborar muito com o crescimento uns dos outros e com o crescimento da Igreja toda.
Se quando pensamos em Igreja, pensamos em todos os batizados, todos os católicos, devemos saber que a Igreja está dividida, de modo suscinto, em três conjuntos de fiéis:
a) Os leigos: são àqueles batizados e batizadas que participam nas comunidades, frequentam as missas, podem ser casados ou solteiros, consagrados ou não, e, às vezes, podem nem mesmo pertencer a comunidade. Em suma, os leigos são os católicos que não são nem religiosos e nem clérigos.
b) Os religiosos e religiosas: são àquelas pessoas, homens e mulheres, que se consagram a Deus de um modo mais profundo, no celibato e de acordo com algum carisma. É o caso dos freis, das freiras, dos monges e monjas.
c) Os clérigos: são os homens que receberam a ordenação para servirem a comunidade. Estes constituem uma hierarquia, que é a hierarquia do clero.
1º grau - Ordem dos Diáconos:
Os diáconos compõem o primeiro grau da ordem. Há dois tipos de diácono: o transitório e o permanente. O transitório é àquele que depois se tornará presbítero e o permanente é um homem, celibatário ou casado, que exercerá de modo estável o diaconado. É belo entender que "O diácono é chamado a refletir e personificar o próprio Cristo como servo, representando, de maneira sacramental, a humildade e o amor em meio a comunidade cristã." (Papa Paulo V, Encíclica In Persona Christi Servus, n. 3).
Assim, o diácono está ligado ao seu bispo e a serviço dele e da comunidade cristã. O diácono tem como obrigação principal o serviço. Serviço, em primeiro lugar, aos últimos da sociedade (a ordem diaconal foi criada para isto, para a caridade), mas, também, serviço do anúncio da Palavra de Deus e serviço na liturgia.
2º grau - Ordem dos Presbíteros:
A ordem dos presbíteros é composta, principalmente, pelos padres. O padre é àquele que, ligado a seu Bispo e em nome dele, age na pessoa de Cristo para presidir uma comunidade e para conferir os sacramentos pelo seu povo e em nome do povo de Deus. O padre está sempre ligado ao seu bispo ou arcebispo, pois é como uma extensão dos braços do bispo. Seja padre com vontade de ser padre, sem anseio por outros cargos! O ministério do padre é fundamental na Igreja, pois ele quem está mais próximo dos leigos, das comunidades, anunciando o Evangelho e distribuindo os sacramentos.
Há, ainda, dois títulos que podem ser atribuídos aos padres: de cônego ou de monsenhor. Eles não mudam em nada o que o padre é e sua missão Em algumas dioceses ou arquidioceses, o bispo/arcebispo pode conferir a alguns padres que colaborem diretamente no governo da diocese o título de cônego. O papa, por sua vez, pode conferir, em alguns casos, o título de monsenhor para um padre: é um título de gratidão e estima do papa por aquele padre. O título de monsenhor ou de cônego, porém, não confere nenhum poder diferente aos que os possui.
3º grau - Ordem dos Bispos:
A ordem dos bispos (ou, o colégio episcopal) é composta por àqueles que, na nossa realidade do habbo, representam os sucessores dos apóstolos. São eles quem tem o dever de organizar a Igreja de Deus com um tríplice múnus (uma tríplice missão) de ensinar, governar e santificar. Estão sempre ligados a uma Igreja Particular (que é uma diocese ou uma arquidiocese) e devem, nela, fazer com que tudo flua para que ocorra bem a evangelização e a missão da Igreja, guardando a fé e os costumes autenticamente cristãos.
Há, em primeiro lugar, os bispos, que podem ser: bispos diocesanos, que são os que presidem uma diocese; bispos auxiliares, que auxiliam o bispo diocesano ou arcebispo; ou bispo coadjutor, que é àquele bispo auxiliar que terá direito de suceder o bispo diocesano ou arcebispo quando ele não estiver mais a frente daquela Igreja Particular. Depois, ainda, estão os arcebispos, que são bispos das arquidioceses ou que tiveram este título conferido pelo papa.
Existe, ainda, um outro título que pode ser conferido pelo papa aos bispos (pode ser conferido a qualquer clérigo, mas, normalmente, é apenas aos bispos) que é o de cardeal. Os cardeais tem uma maior proximidade com o papa, e são seu conselho administrativo da Igreja. Além disso, eles tem a obrigação de eleger outro papa, quando um papa renuncia ou morre.
Por fim, está o papa, o servo dos servos de Deus, que é o Bispo de Roma (chamado de Romano Pontífice por isso). Já falamos sobre o papa na aula anterior, mas, é importante destacar que o papa é um bispo, mas, que preside o colégio dos bispos e que, pelo primado de São Pedro, tem prerrogativas próprias.
2.2 O tratamento entre clérigos
Há um antigo costume de modos de tratamento respeitoso entre os leigos e o clero e religiosos, mas, também destes entre si. Os pronomes de tratamento são os seguintes:
Regiliosas: Vossa Reverendíssima; Reverendíssima.
Religiosos, Diáconos, Padres, Cônegos, e Monsenhores: Vossa Reverendíssima; Reverendíssimo.
Bispos e Arcebispos: Vossa Excelência; Excelência.
Cardeal: Vossa Eminência; Eminência.Papa: Vossa Santidade; Santidade, Santo Padre.
Para saudar alguém que está acima de você na hierarquia, como modo de respeito, basta se aproximar e, em pé, pedir a bênção:
"Sua bênção." ou "Sua bênção, vossa... (Reverendíssima; Excelência; Eminência ou Santidade: como você aprendeu acima)."
Ao papa costuma-se pedir a bênção de joelhos. Basta se aproximar e fazer a ação sentar (:sit).
Depois de pedir a bênção, você pode beijar o anel ou a mão direita da pessoa a quem pediu a bênção. Aos diáconos, padres, cônegos e monsenhores, beija-se a mão direita. Aos bispos, cardeais e ao papa, beija-se o anel. Basta dizer:
"Beijo mão direita*" ou "Beijo anel*"
Se quiser, pode dizer qual anel está beijando:
Bispos e Arcebispos: Anel episcopal.
Cardeais: Anel cardinalício.
Papa: Anel do pescador.
Cardeais: Anel cardinalício.
Papa: Anel do pescador.
Neste caso, dirá:
"Beijo anel episcopal*" ou "Beijo anel cardinalício*" ou "Beijo anel do pescador*", dependendo do anel de quem você está beijando.